segunda-feira, 14 de julho de 2008

Frank Lloyd Wright Home & Studio - Prairie Houses em Oak Park


No feriadão de 4 de julho, duas semanas atrás, fomos para Chicago (veja o post sobre o Millenium Park e Frank Ghery). Visitamos a Home & Studio de Frank Lloyd Wright, onde ele viveu com sua família e trabalhou por vários anos. Também visitamos a Robie House (também de FLW), o primeiro prédio nos Estados Unidos a ser registrado como patrimônio histórico sem que ninguém famoso houvesse morado nele. Graças a isto, dezenas de outras obras de arquitetura entraram para a relação de prédios preservados. Wright começou sua vida de arquiteto em Chicago morando em Oak Park. Lá desenvolveu seus primeiros trabalhos, longe dos olhos de Louis Sullivan, seu patrão na época. Quando Sullivan descobriu que Frank levava uma vida paralela em Oak Park, um subúrbio de Chicago, mandou ele embora do escritório. Sem um salário fixo, Wright teve que trabalhar duro para manter a família que só crescia. Por isto, em Oak Park é possível conhecer cerca de 25 casas suas, além do Unity Temple. É claro que fizemos isto, e gastamos o 4 de julho caminhando por esse subúrbio, catando as casinhas de Wright em meio a alamendas arborizadas e jardins sem cerca, seguindo um mapa que preparamos nas semanas anteriores.



No Home & Studio descobrimos que Wright realmente testou ali diversas soluções que aplicaria em suas casas no futuro. Na medida em que a família crescia, e os hábitos do século 19 mudavam, Wright alterava seus conceitos criando novas abordagens para antigos problemas. Ali surgiram a janela rasgada das Prairie Houses, as meias-paredes, as abas de telhado avançadas, as escadas enclausuradas. Comparando as 25 casas que vimos percebe-se mesmo que ele buscava soluções formais e incorporava essas soluções nas novas obras. Desde as primeiras casas de madeira os pequenos detalhes mostram sua assinatura prematura, mesmo ainda precisando conquistar a confiança dos clientes, teve coragem de mudar.


Tomamos uma overdose de Wright, mas valeu a pena. Descobrimos seus detalhes, vivenciamos os espaços. Agora conhecemos desde a sua primeira casa e seu primeiro studio, mais 25, mais o Unity Temple e a Robie House (dos quais vou falar em outro post), além da inexplicável Fallingwater e o Guggenheim Museu em New York. Afinal, ele é o arquiteto de América. Acima de tudo, o tour pela obra de Wright nos fez entender que além de talento é preciso coragem, e que talvez isso seja a parte mais difícil na arquitetura e na vida.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Millenium Park - Chicago, Gehry e Kapoor

Chicago está localizada na beira do Lago Michigan e é cortada pelo Rio Chicago. Em 1871 a cidade pegou fogo, literalmente. Isso possibilitou que um novo tipo de arquitetura surgisse por lá a partir de 1882, eram os arranhacéus, pédios muito altos para os padrões da arquitetura residencial do período (média de 14 andares) . Mas isso é outra história. Visitei Chicago e conheci o Millenium Park. Um espaço central na cidade que atrai centenas de pessoas nos finais de semana. Lá encontrei o Jay Pritzker Pavillion de Frank Ghery, uma belíssima obra desconstrutivista com o design estrutural da Skidmore Owings & Merrill - SOM. A estrutura é muito bonita e extremamente complexa. Em frente ao pavilhão o Great Lawn (grande gramado) é coberto por barras de aço que criam uma malha e permite uma escala humana. Nestas barras ficam suspensas as caixas de som, e a acústica é perfeita. Pude constatar isto porque tive a sorte de ver uma apresentação da Filarmônica de Chicago ao entardecer, centenas de pessoas no gramado e nas cadeiras em frente ao pavilhão lotadas, um espetáculo de arquitetura e música, emoldurado pelo clássico skyline de Chicago.


Também de Frank Ghery há a BP Bridge, em forma de serpente, toda em placas metálicas e piso em madeira, conecta o Millenium ao Daley Bicentenial Plaza. Ótima de ver ao vivo, péssima para fotografar devido a suas dimensões.

No mesmo parque o Cloud Gate (nuvem-portão), uma escultura em forma de feijão totalmente cromada, com cerca de 20 metros de comprimento por 10 de altura, do artista plástico indiano-inglês Anish Kapoor. Sou fã dele, o cara é demais, tive oportunidade de intergair com seu trabalho ao vivo pela primeira vez em uma exposição em Brasília, depois em NY e agora em Chicago. A obra é muito legal e causa diversas sensações nos visitantes. Debaixo do Cloud Gate perde-se a noção do espaço, e em especial as crianças adoram correr vendo seus reflexos distorcidos.

Mais adiante The Crown Foutain, dois grandes blocos feitos de tijolos de vidro recheados com painéis eletrônicos mostram imagens de rostos de habitantes de Chicago em movimento (cerca de 1000 voluntários). Periodicamente os rostos "esguicham" água levemente aquecida sobre as pessoas (na maioria crianças), ou uma cascata despenca do topo dos grandes blocos de 15 metros de altura.

Na sequência, jardins muito bem projetados em desenho contemporâneo (que estavam fechados e só vi por fora), a extensão do Museu de Arte, o McDonald's Cycling Center (um bicicletário do McDonald's), uma ponte em construção ligando o museu e o parque (muito legal!), e muita arquitetura ao redor. O Millenium Park é aqui!

FUTILIDADES
Preços de coisas, meninas anotem aí para quando vocês vierem para Nova Iorque. O que você pode comprar com:
Us$ 100 - Vestidinho super-legal para a balada na Banana Republic (5th Ave com a 50th)
Us$ 50 - Camisa Oscar de La Renta no One Day Sale da Macy´s (34th com Broadway)
Us$ 20 - Vestido-camisa na Urban Outfiters ou na HM - vai ser o hit do verão no Brasil (5th Ave com a 42nd)
US$ 10 - Camiseta na Mistic estilo Ed Hardy (Broadway perto da Prince)
US$ 5 - Calcinha Victoria Secret para abalar (34th com a 6th ave)
US$ 1 - Gorjeta na noite, na sua próxima rodada de Martinis usando suas roupinhas novas e sua calcinha arrasadora.