domingo, 31 de março de 2013

AH...O AMOR














Deviam ensinar sobre o Amor na escola. O Amor deveria ser um assunto tratado com a mesma seriedade de química ou física, matemática, biologia ou português. E nas faculdades também deveria ser obrigatório; Amor I, Amor II e outros Amores, até o final do curso. Ser feliz sem amor é quase tão difícil quanto ser infeliz amando. O Amor é uma força poderosa, tanto quanto qualquer lei da física, capaz de movimentar nossa vida e alterar nosso destino, assim como uma força aplicada sobre um corpo em movimento pode alterar sua trajetória, o amor aplicado em nossas vidas pode mudar o curso de nosso destino. Nós, os humanos, somos feitos pelo amor e fomos feitos para amar.

Amar dói, cansa, incomoda, desgasta. Amar cura, reabilita, conforta, relaxa.

O amor só se reconhece dentro dele mesmo, compartilhado, construído entre duas pessoas, não há amor no infortúnio, na descrença, na desgraça. Por outro lado, é amando que recuperamos todos nossos benefícios humanos, capacidade única que nos distancia das demais criaturas animais que habitam o planeta. É essencialmente uma habilidade humana, um desígnio criado por nós para aplacar a solidão que só o conhecimento propicia. Todos queremos a sorte de um amor tranquilo, ser o pão e a comida do outro que amamos, como diria Cazuza, um veneno antimonotonia na vida cotidiana e suas sutis armadilhas de desencanto.

Amar é um assunto fácil, mas não é simples. Requer tentativa e erro, não tem fórmulas, não é linear, não é mensurável, e quando nos entregamos ao amor equivocado, envolve centenas de outros sentimentos, alinhavados pelo aprendizado de se reerguer. O amor errado crucifica e desencanta, mas somente um novo amor recupera o amor destroçado, como uma auto-genese, o amor se refaz em outro, e se refazendo, nos reconstrói. Quando menos se espera, o amor nos redescobre, e nos reconforta, e nos reencanta, e somos nós mesmos outra vez, melhores, mais fortes, mais hábeis para a arte inexplicável do repartir-se. Quando nos entregamos ao amor verdadeiro, com a pessoa verdadeiramente amada, então o amor se transborda. Ultrapassa o limite do entendimento e se converte numa dádiva que nos traz de volta o medo de morrer. Não existe pessoa mais feliz no mundo do que aquela que teme o fim da vida porque ama.

O amor liberta, dá asas, permite entender a vida pelos olhos do outro, ser feliz com o outro, viver plenamente. Amar é um verbo intransitivo que requer complemento. Amar é bom, é demais, amar demais, é melhor.