quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CARNAVAL É QUE É BOM!

Dizem que as pessoas se dividem entre os que gostam e os que não gostam de carnaval. Mas acho que no Brasil tudo se divide entre 'os que gostam' e 'os que não gostam', aliás, acho que o mundo é assim, dividido. Isso deve ser alguma coisa de nossa natureza, quando um pedaço do espermatozóide e o óvulo, separados em essência, se juntam por obrigação para criar uma pessoa muito pequenininha. Independente de tudo, de Carnaval, eu gosto.

Não sei de onde saiu isso, mas minha mãe costumava me chamar de Lupinho, tamanha minha paixão pelos bares, música e mulheres. Acho que ser filho de Ogum ajuda, não posso com uma batucada que fico animado. Para ter uma idéia, trabalhei nas escolas de samba de Porto Alegre por três anos como carnavalesco. Dois anos atrás saimos na Unidos do Tuiuti, no Rio de Janeiro, uma escola do grupo dois-sei-lá-o-que, mas nos divertimos muito com o terceiro lugar. Nos outros anos corremos para a Arquibancada das Comunidades na Marquês do Sapucaí, bem em frente à dispersão, para ver as alas se misturando, onde as escolas se desmontam. Este ano vai ser diferente. Vou sair na Estação Primeira de Mangueira.

A Mangueira é mais do que uma escola de samba. Quando ela entra na Sapucaí a arquibancada se veste de verde e rosa. Um mar de bandeiras aparece do nada, é como um gol. Quem não sabe o samba, aprende; quem não aprende, samba. Quem não samba e não aprende, bom sujeito não é. E na batida da bateria, com o surdo inconfundível, vão revivendo Carlos Cachaça e Cartola, levando pela mão milhares de sorrisos arrebatados pelo ritmo alucinante inventado nos morros do Brasil. O Carnaval é aqui!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Mais inútil que capa de super-herói

Primeiro de tudo: super-herói tem acento? E hífen?

Não importa muito, estive pensando sobre as capas de super-heróis. Não sei se existe alguma coisa mais sem utilidade, se existe, não consigo lembrar. Imagine você ter que enfrentar bandidos, supervilões (sem hífen), salvar o mundo e resgatar a gostosona arrastando uma capa que não tem função alguma. Achei que a capa podia servir para voar, mas o Batman não voa, então a capa dele não serve para nada. Pense bem: aquela briga toda e você com um pedaço de pano enorme pendurado no seu pescoço. Qualquer vilão esperto poderia enrrolar sua capa na roda de um carro (coitada da Isadora Duncan, criadora da dança contemporânea, morreu assim, com a echarpe enrrolada numa roda) e arrancar sua super-cabeça. Asfixiar é fácil, é só puxar. Dá para jogar a capa por cima da sua cabeça e correr, e muitas coisas malvadas. Parece que na origem tem alguma coisa relacionada com os guerreiros medievais, que eram nobres e que também usavam capa para se diferenciar dos plebeus que iam só de colã. Mas, convenhamos, parece muito pior ir para uma guerra com espadas e lanças enrrolado num pedaço de pano em cima de um cavalo. Agora, pensando no dia a dia, ruim mesmo deve ser a capa voando que nem biruta, arrastando pelo chão na hora que você tem que ir rapidinho num banheiro público, daí, acho que qualquer um aprender a voar.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ó Minas Gerais...

Inspirado pelas mudanças na minha vida e pelo Rona do Blog, sempre animado com novos escritos, estou voltando para o ar.
Quando estava em Nova Iorque me sentia mais à vontade para escrever, parece que a minha vida era outra. Mas aqui, no Brasil, me sinto meio preso. Acho que é a distância que faz a gente se sentir mais livre para dizer o que quiser. Covardias sociais à parte, vou mudando de Brasília para Minas e soltando meus dedinhos outra vez.

Minas Gerais é a terra dos primeiros ensaios políticos de Juscelino, das primeiras obras de Oscar, das primeiras cidades barrocas, das igrejas brancas de Aleijadinho bordadas na toalha azul do céu de Deus. Minas da cachaça, da casa-grande e da senzala, do gado e da siderurgia. Minas inspiradora de Sabino, Drumond, Guimarães Rosa, Rubem Fonseca; das idéias de igualdade de Darcy Ribeiro, frei Beto e Gabeira, da Liberdade ainda que tardia. Agora é começar vida nova e novos planos, avançar em outros desafios, seguir em frente sem pensar onde vai dar. Só espero que Belo Horizonte me trate bem, que Porto Alegre não me tenha ciúmes, pois meu coração ficou em Brasília. Belo Horizonte é aqui!