sexta-feira, 8 de julho de 2011

Reencarnação e a segunda-feira da eternidade

Eu não acredito em reencarnação.
Até estava a fim de começar a estudar a Cabala. Achei legal, moderno. Mas depois que descobri nas primeiras páginas que a gente podia reencarnar em bichos, seres vegetais ou coisas inanimadas...bom, ficou difícil eu me imaginar um pé de mato no meio do nada, ou mesmo uma mesa de centro tendo que acompanhar várias gerações de dentistas. No meu pesadelo particular, o filho do dentista virou dentista também, e assim por várias gerações, sendo eu a mesa de centro do consultório que nunca era reformado. Uma espécie de dívida carmática por eu ter sido arquiteto e sempre querer reformar tudo o que eu via, exceto as coisas feitas pelo Oscar.

Depois, nunca me explicaram (mas eu sei que deve ter uma explicação) como o planeta está ficando mega lotado: se as almas ficam indo e voltando, de onde vem as novas? Sei que Deus tem uma sala que se chama Guf de onde saem as almas novas que vêm para a Terra carregadas por pardais (vi isso no filme A sétima Profecia com a Demi Moore espetacularmente linda, mesmo grávida). Mas...helloooo....isso é literatura. O fato é que ando pensando em qual motivo nos faz achar que na próxima vida seremos melhores do que nesta, e porque diabos deixamos isso para depois (acho que diabos não é uma boa expressão neste tipo de post).

Pense assim, talvez viver seja só uma etapa, e ser melhor seja somente a segunda-feira da eternidade. Eu explico: é como prometer que segunda-feira você vai começar o regime, ou ir na academia, ou parar de se meter na vida dos seus irmãos. Só que na dimensão da eternidade, a segunda-feira começa depois que a gente morre. Então, ah...vamos deixar para a outra vida, temos a eternidade para melhorar, para que tanta pressa,? Afinal, a eternidade é um monte de tempo. Por que não melhoramos agora?

Essa é a questão principal. Acho que devemos reencarnar constantemente. Eu não sou mais o mesmo que era antes, e serei diferente depois. A todo momento nos reinventamos, reeducamos, reformulamos. As coisas que antes não nos diziam respeito, agora nos fazem agir. Mesmo quando não quero mudar, os outros ao meu redor mudam e obrigam a minha mudança. No fundo de mim mesmo, tenho certeza que não sou mais aquele que fui. E assim vamos avançando, achando que na próxima vez seremos melhores, mas não percebemos que já somos melhores, agora.  Talvez a ideia da vida eterna nos faça perder grandes oportunidades de mudança, sabemos que teremos outras chances, e procrastinamos. Acho que está na hora de mudarmos, perceber mais nossa mudança. Chega de esperar, chega de próximas vidas, chega de destinos escritos. Vamos nos rebelar e mudar agora. Uma nova revolução do agir! Mudar tudo, mudar todos!
Bom, mas vamos fazer isso outra hora, e enquanto isso não chega, vou tomar banho e dormir, prometo que segunda-feira vou começar essa revolução. Sem falta.

Sempre que escrevo posts que envolvem religião, me sinto meio culpado. Se você acredita em alguma dessas coisas, não fique chateado comigo, não faço por mal. Aqui eu só reciclo ideias.

Um comentário:

Anônimo disse...

O primeiro passo para ser feliz é conformar se que o estado normal é o ser inanimado é a inexistência, do pó vim para o pó vou. Falar, sentir, respirar, viver é só um acidente da física e logo voltaremos ao pó e do pó voltaremos a nós sem nenhuma noção que um dia já fomos.