segunda-feira, 20 de julho de 2009

Viagem à Lua

Ontem fez quarenta anos que o homem foi na Lua. Quer dizer, se é que foi. Não. Não é que eu seja uma dessas pessoas que acredita que isso não aconteceu, mas é um bom assunto para escrever a respeito. Quando eu visitei o Air and Space National Museum em Washington fiquei um pouco apreensivo. Lá está exposta a cápsula do Apollo 11 que voltou da Lua, e - para ser sincero - eu não iria nem até a padaria naquela lata velha, que dirá voltar do espaço entrando na atmosfera e pegando fogo. Me lembro muito bem desse inverno de 1969, um ano triste para o Brasil, mas feliz para mim que adorava desenhar. Fiz milhares de desenhos da Apollo 11 em diversas e complexas situações; decolando com fumaça, decolando inclinada com fumaça, fumaça ao decolar, decolando com fumaça e céu azul. Praticamente o que poderia ser chamado de uma série "Apollo" se eu tivesse ficado famoso, da mesma maneira como chamaram as séries de Picasso "Os touros" ou a fase dos girassóis de Van Gogh. Desenhar a Apollo 11 indo para a Lua era realmente um desafio gigantesco para meus 6 anos recém completados, exigia que eu soubesse o que era um foguete, como ele decolava e principal, e mais difícil, o que era a Lua e onde era a Lua. Não sei se vocês lembram da infância de vez em quando, mas eu tenho certeza que só descobri a Lua quando era adolescente. Minha fonte de inspiração deve ter sido mesmo os Thunderbirds (eu era o número 2) e se você não sabe o que é isso, procure no Google. Independente de minha ignorância artística, o foguete chegou mesmo lá. No museu aeroespacial de Washington também estão os protótipos do módulo lunar que aterrisou na Lua (o original, você sabe, ficou por lá), e mais uma vez, a impressão que tive era de que tinham reformado meu antigo Jeep 66 (meu primeiro carro, mesmo sem capota), colado fita adesiva e enrolado com papel laminado e metido fogo. Uma das coisas que mais me impressionou foi a quantidade de fita adesiva, cheguei a pensar que poderia mesmo ser um truque de marketing americano, e concordar com as centenas de milhares de teorias conspiratórias sobre o tema. Mas revendo os filmes do cinema da época, concluo que não havia tecnologia de propaganda suficiente para aquela superprodução. Depois, tem os cintos de segurança. Praticamente um daqueles cintos de exército que foram moda em certo momento nos anos 80, só que muito mais largo. A roupa do astronauta então...muito vagabunda. O fato é que esqueci de um detalhe importante quando visitei o museu, o equipamento não precisava ser bonito, tinha que ser leve, simples e eficiente, e parece que deu certo. Quarenta anos depois não temos a menor idéia do que fazer com a Lua, continua sendo um pedaço de pedra flutuando (nem tente me explicar como) e influenciando as marés, as colheitas, os lobisomens e outras criaturas das trevas, a sexualidade e os cortes de cabelo. Aliás, sobre os cortes de cabelo sou um pouco cético, sempre usei o método lunar do Capiloton, mas parece que não deu muito certo. A Terra é aqui!

3 comentários:

Gabriel Pontes disse...

os desenhos ainda existem, eu vi eles alguns dias atrás remexendo as gavetas.

Marcelo Pontes disse...

Se achar de novo, escanea e manda prá eu colocar aqui.

O Amado disse...

El 22/7/1969, cuando Amstrong estaba a punto de dar ese paso pequeño para él pero gigante para el ser humano, en la Luna, yo tenía 12 años y eran las 4 a.m. En ese momento fundamental, cuando miles de millones de terrícolas estaban con los ojos abiertos como platos, delante de la tele, yo..., yo me quedé dormido y al día siguiente me sentía culpable. Sin embargo, ahora, cuarenta años más tarde, y a la misma hora de la madrugada, no consigo pegar ojo. ¿Por qué será...?, ¿Qué significa...?