quarta-feira, 23 de junho de 2010

Casamento por amor

Casamento por amor é um negócio moderno. Até bem pouco tempo os caras casavam para parar de guerrear uns com os outros. Guerra era um negócio caro e que exigia uma enorme logística além de drenar mão de obra, daí que era mais barato bancar uma festa de casamento e acabar com a discussão juntando os reinos. Mas acontece que no século passado, do início para o meio (estou falando do século XX se você não entendeu a ironia) as pessoas resolveram casar por amor.

Eu também acho mais divertido, mas não posso dizer que seja mais prático. Num mundo com X bilhões de pessoas (deixei X porque não tenho certeza de quantas são e estou com preguiça de procurar no Google porque estou com um bolo no forno)... com X bilhões de pessoas no mundo é difícil acreditar que vamos acertar naquela que é a nossa. Eu tentei várias vezes, vocês sabem... Essa quantidade de gente aumenta a pressão, ainda mais para um cara como eu que acredita em um mundo único, solidário e plano. É como jogar a responsabilidade toda sobre nossas escolhas, enquanto vivíamos simplesmente as responsabilidades escolhidas por outros. Ora, um casamento por encomenda já pressupõe que nada vá dar certo, não precisa fazer força ou se dedicar, é só deixar o tempo passar e os problemas enfrentados serão todos atribuídos a isso. É como se alguém que você nunca viu na vida fosse comprar uma camisa para você, não teria obrigação nenhuma de acertar o tamanho. Mas se você for comprar a sua própria camisa, ah...daí você tem que acertar em cheio.

E imagine agora que essa busca se resume a uns poucos quilômetros quadrados para a maioria das pessoas. Tire destes quilômetros todas aquelas improbabilidades (dependendo do caso, pessoas do mesmo sexo por exemplo) e vai sobrar menos da metade. Ou seja, se encontrar, vai ter sorte assim lá no raio que o parta! No final, para mais uma simplificação, chamamos isso de destino, porque é mais fácil jogar a responsabilidade em cima de um ente metafísico e simplificar o processo tirando a culpa de cima de nós(culpa? acho que essa palavra a igreja católica inventou na Idade Média). E ainda tem a casualidade, "...a sorte é um cupido aleatório, que muitas vezes me fez sentar ao lado de mulheres das quais eu jamais sonharia me aproximar. Fico imaginando qual delas é meu grande amor, e quantas vezes já a deixei escapar sem saber... (Walter Kirn)" .

Mais uma vez estou constatando - como tantas constatações que fiz por aqui nesses dois anos - como as coisas são complexas, imprevisíveis e aleatórias, e ainda assim podem ser mágicas, encatadoras e divertidas. Cada vez que alguma coisa dá certo, somos os escolhidos; quando dá errado, os infelizes. Isso não é verdade, talvez o destino sempre nos empurre para o melhor, mesmo que a gente não entenda como ele faz isso. Por isso que eu saio e conheço pessoas. Tenho certeza de que é o destino que está me empurrado para isto.

O destino é aqui!

imagem: http://sol.sapo.pt/

2 comentários:

Mirella disse...

Esses dias eu li numa superinteressante que está cientificamente comprovado que o amor não existe e que o tempo ideal de homens e mulheres viverem juntos é de sete anos- tempo de procriar e perpetuar a espécie. Não sei se acredito nisso, o que eu acredito é que se apaixonar é tri bom, tão bom que supera o sofrimento do outro amor perdido!! Se amor não existe então é melhor passar a vida inteira apaixonado hehe
adorei o post, beijos dindo!!

Unknown disse...

14 anos vivendo cada vez melhor... se não é amor, é o que, então??? Acredito que temos que viver sem procurar o grande amor, ele vai acabar aparecendo naturalmente. Como tu disse, Mirella, se apaixonar é muuuuuiiito bom, e é aí que, muitas vezes, a paixão acaba virando amor. Conheça pessoas, crie amizades, viva paixões, desfrute de cada momento sem esperar nada além disso. Talvez o "destino" te coloque diante do teu amor... talvez não, mas mesmo assim viva intensamente cada relação!
Beijos, Marcelo e Mirella! Amo vocês!
Andrea S.D. Vieira