sábado, 9 de julho de 2011

Beijar, verbo transitivo.


Beijar é um verbo transitivo, requer complemento. Ninguém consegue beijar mais do que poucas partes de seu próprio corpo. Mas o beijo próprio não tem graça, porque beijar é um ato coletivo. O beijo foi feito para dois: nem um, nem três. É o beijo quem encontra. É o beijo quem despacha. No braço, o beijo da mãe tem efeito curativo; na mão do pai, o beijo abençoa. Na face, o beijo recebe e despede. Na boca, o beijo ensurdece; no corpo, enlouquece.

 
Pode ser um simples movimento dos lábios quando as faces estão coladas, como a respirar a alma do outro, ou pode ser um longo silêncio, como a respirar a boca do outro. O beijo pode ser mortal, pode ser de traição, pode ser um beijinho doce que foi ela quem trouxe de longe prá mim, ou o doce pode ser Beijinho. Pode ser abreviado e virtual — bjo —, ou muito longo para ser real. Jesus foi traído com um beijo, mas o beijo também perdoa. O beijo de amigos reencontra, e durante um beijo na boca, a gente se perde. O beijo bom estala, é molhado, quente, mordido, apimentado, atropelado, necessário. É roubado.

 
O beijo é o carinho da boca.

A boca pode ferir quando fala, mas pode perdoar quando beija. O beijo une os separados, sempre dois, sempre une, sempre é bom. E já que o beijo despacha, com um beijo despacho também este texto.

Na primeira linha da foto: Uma linda mulher, Crepúsculo, ...E o vento levou, Mr e Mrs Smith, Cidade dos anjos, Encontro marcado.
Na linha de baixo: Orgulho e preconceito, Bonequinha de luxo, Escrito nas estrelas, Ghost, Um lugar chamado Nothing Hill e Titanic.

2 comentários:

Ida disse...

Adorei teu post, como adoro beijar. Poderia ser lançado até um esporte. Falta só escolher um nome. kkk
Beijinhos, então.
www.diariodeumamulherdespeitada.wordpress.com

Marcelo Pontes disse...

Ida, tbm gostei um monte da sua postagem sobre Santo Antonio.