sexta-feira, 26 de junho de 2009

Eu Google. Tu Googles. Ele Google. Nós Googlamos. Eles Googlam.

Se você reparou, no final das postagens, lá no rodapé da página tem uma caixinha azul e branca escrita StatCounter. Ali é onde faço o controle do blog. Posso saber quantas pessoas estão acessando diariamente, por quanto tempo, por intermédio de qual mecanismo de busca chegaram até aqui, qual o sistema operacional que estão usando, qual a resolução da tela, de qual cidade estão chamando. Posso saber também quais as palavras que procuraram no Google, Yahoo, Bing! e Altavista para saber porque chegaram ao meu blog. Aí é que está. Se considerarmos que o número de internautas é superior a um bilhão e meio, tenho poucos acessos, cerca de 530 pessoas visitam o blog semanalmente, sendo que muitas são pessoas que retornaram (talvez como você). Mas se considerarmos que uma pessoa normal conhece em média cerca de 2000 pessoas em toda sua vida, bem, aí estou com uma média razoável. Dessas pessoas que entram e saem no blog pela primeira vez direcionadas por mecanismos de busca, a estatística é divertida.
Trinta por cento buscaram assuntos relacionados com arquitetura e caíram aqui, dessas 30%, dois terços buscavam algum tema relacionado com o arquiteto americano Frank Lloyd Wright que aparece em diversos posts e empresta seu nome ao meu cachorro, bom resultado para mim porque sou bom em escrever sobre arquitetura e tenho muitas fotos da obra dele que não se pode encontrar em livros. Em segundo lugar, disparado da concorrência, vêm os termos de busca que se referem a amígdalas inflamadas. É inacreditável como as pessoas procuram sobre este assunto. São quase 18% das buscas que levaram ao meu blog, tudo graças a uma postagem sobre a inflamação de amígdalas quando morava temporariamente em Nova Iorque. Pois bem, em resumo, amígdalas são filtros de bactérias e vírus, lave mais suas mãos, os furinhos são normais, há controvérsia sobre retirá-las, podem ficar inflamadas por vírus ou bactéria, não, ninguém é hospitalizado por isto. Para vírus use Diclofenaco, para bactéria use Amoxilina. Morra por sua conta e risco, eu não sou médico!

Na sequência, em terceiro lugar, os mais procurados são temas relacionados á reciclagem (12%). Infelizmente as pessoas que chegam até aqui devem ficar frustradas porque não é o que estavam procurando. Aliás, o que estavam procurando geralmente se refere a roupas recicladas e outros artefatos, até o extremo de "casal de noivos de material reciclado para bolos de casamento" (!). O quarto termo de pesquisa mais buscado é "Ducha Higiênica"... E as perguntas feitas ao Google são tão bizarras quanto "usar ducha higiência faz mal?", ou "ducha higiênica tira a virgindade?"...mais uma vez, a frustração deve ser grande ao constatar que a ducha higiência está neste blog somente graças à vizinha do 301 que tem medo de baratas e inundou meu apartamento deixando a ducha dela ligada por cinco dias. Mas se você caiu aqui por conta disso, acho que ducha higiênica não tira a virgindade se você mantiver ela a uma distância segura, quer dizer, se você sentir a água pelo lado de dentro de você, pode ser que dê problema, mas não estou seguro a respeito, como você sabe, não sou médico. Temas de viagens ocupam o quarto e honroso lugar, com 8%, seguidos de perto pelo meu próprio nome (obrigado, obrigado) com 7,32%. Ou seja, estou sendo menos procuradodo que Frank Lloyd Wright, amígdalas e viagens, acho que deve ser natural, mas perder para ducha higiência confesso que dá um certo desânimo. Pelo menos ganhei do Bailinho (cujo post deve atender às expectativas dos leitores porque explica direitinho o que é a festa e ainda dá o endereço do blog específico) com 4,86%. Logo depois de mim, os termos mais procurado são assuntos relacionados com o dia dos namorados, "como escrever um bilhete de amor" ou "coisas quentes para o dia dos namorados" ou ainda "sutiã Hope para o dia dos namorados", essa para mim, a melhor de todas (4,05%). Bem perto disso, de maneira impressionante, estão as pesquisas relacionadas a super heróis, "como fazer uma capa de super herói", convenhamos, se a pessoa precisa do Google para fazer uma capa de super herói, vai precisar do quê para fazer um bolo de casamento com peças recicladas? Por fim, em último lugar, assuntos diversos como o significado da palavra lagartixa, o nome do Paulo Ricardo Bregatto (que lá no início do meu blog estava liderando as pesquisas por palavras), que tamanho de pijama JK usava ou quem é o autor de determinado livro.

Depois dessa análise, fiquei pensando em como as pessoas respondiam essas perguntas quando não havia internet. Será que havia espaço para diálogo com alguém mais experiente, ou será que essa pergunta ficava na cabeça da pessoa para sempre? Será que alguém tem dúvida de que é mais fácil saber das coisas hoje em dia? Será que alguém realmente precisa saber qual o tamanho do pijama de JK que não seja a Dona Sara, ou será que buscar um remédio para amígdalas sem consultar um médico é tão inocente quanto copiar e colar um texto da internet sobre um arquiteto famoso? As respostas não sei, talvez coloque tudo no Google e tente responder mais tarde, afinal, ele sabe tudo e está em todos os lugares. O Google é deus!

Pombas

Pombas sujam, transmitem doenças e são agressivas, mas ainda assim são bem tratadas na maior parte dos locais que emporcalham. Pelo menos cinco doenças transmitidas pelas fezes secas de pombos contaminados são registradas nos grandes centros urbanos brasileiros. Elas se multiplicam rapidamente, como ratos com asas (ainda que algumas pessoas achem isto um exagero), cagam por tudo e não têm nenhum escrúpulo em tentar se aproximar da comida dos outros. Não consigo entender como ainda tem gente que dá comida para elas nos parques, achando bonitinho aquele mundaréu de bichos fedidos soltando piolho pelo ar. É muita falta do que fazer. Até o Oscar Niemeyer projetou um pombal para a praça dos Três Poderes que está lá até hoje! Pior ainda, nos fast-food de Brasília as pessoas dão restos de pão para as pombas, e o que elas deixam escapar alimenta os ratos à noite, uma maravilha ecológica de preservação das zoonoses. Não bastasse, parece que elas se especalizaram em fazer cocô em calhas e entupir tubulações de escoamento de chuvas, em algum lugar do mundo deve ter uma academia que ensina as pombas como fazer o maior estrago possível, acredite, é lá que elas vão estar. Em Paris os monumentos têm tela por tudo, em Roma a mesma coisa, em algumas cidades da Europa as autoridades dão anticoncepcional misturado com milho para os pombos comerem. Em Brasília, Maslow se orgulharia das pombas.
Maslow foi um cara que criou uma estrutura em forma de pirâmide para categorizar as necessidades humanas. Na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas, entre elas comer e fazer sexo (entre outras), coisas que as pombas conhecem muito bem. Aliás, como todos os animais no mundo, pombas só pensam em duas coisas: comer e sexo. Ainda que nós humanos também pensemos em carros, dinheiro e posição social, no final, tudo isso são maneiras de conseguir mais sexo. Não consigo entender porque as pombas têm um forte apelo romântico, chamam um casal de noivos de pombinhos (acho que porque os pombos são monogâmicos) no fundo penso que é tudo por culpa do Velho Testamento, já que Noé soltou uma delas para procurar terra firme depois que choveu quarenta dias e quarenta noites no Dilúvio. Uma pomba é capaz de morrer do que desistir de roubar um pedaço de pão. Convenhamos, se fosse verdade a história da pomba e Noé, conhecendo as pombas como eu conheço, ela teria se mandado para procurar comida e outra pomba para transar, não ia voltar nunca mais, e Noé ia estar até hoje perdido navegando pelo meio do Atlântico ou ia ter encalhado e naufragado na costa da Antártida e catequizado os pinguins. A sensação que eu tenho é que se Noé tivesse soltado um rato nadando, talvez tivéssemos ratos circulando livremente pela cidade nos dias de hoje (hoje eles circulam igual, mas escondidos).
Uma pomba pode reproduzir de 12 a 18 outras criaturas por ano, já que são sexualmente ativas a partir dos seis meses. Além disso não possuem predadores naturais, e vi num documentário que se a humanidade abandonasse a Terra, dos animais urbanos que conhecemos hoje, só iam restar gatos, cachorros vira-lata e pombos . Até os ratos iam desaparecer capturados por predadores vindos das áreas selvagens! Matar pombas não adianta nada, como diz uma veterinária na TV, é como vaga de hotel, sai um, entra outro. O importante é criar condições desinteressantes, pouca água, pouca comida, pouco abrigo. Só assim os pombos vão migrar para regiões distantes dos centros urbanos e assumirem de vez seu papel na natureza comendo pragas e espalhando pólem para fecundação. O pombal é aqui!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Flash Dancers Gentlemen´s Club new York

No meu último dia nesta viagem, conversei com uns amigos sobre a vontade que sempre tive de conhecer uma casa de diversões para adultos em New York. Eles me confessaram que também tinham curiosidade, e lá fomos nós. Depois de uma rápida pesquisa na internet, descobrimos que havia uma casa considerada a mais legal de todas, o Flash Dancers NYC (http://flashdancersnyc.com/), na Broadway entre a 52nd e a 53rd. Saímos para tomar uns drinques antes, porque sem isso ia ser difícil encarar. Ir numa casa dessas no Brasil é uma coisa, mas era como se fosse nossa primeira vez num bordel, precisamos tomar umas para chegar como quem é de casa. Bebemos Stellas num bar monótono e chegamos lá. O porteiro foi simpático, como todo porteiro de boate masculina na hora em que a gente entra. Um lance de escadas num corredor estreito e chegamos ao balcão. Vinte dólares para entrar, ao menos um drinque para consumir na casa. Beleza, até aí tudo bem, não esperava mesmo que sacanagem fosse ser barato em New York. Um luminoso ao lado do balcão do recepcionista informava Today´s girls dancing: 92...uau! 92 garotas estavam trabalhando naquela noite! Uma garota loira de cabelo de cachinhos, espartilho e shortinhos dourados bem curtinhos nos levou até nossa mesa.
- Is it in the kitchen?, perguntei (é na cozinha?), não, ela respondeu. É que a pista está lotada.

"A pista" é uma plataforma onde as garotas dançam e fazem strip, elevada do solo e cercada de cadeiras com japoneses e outros tipos sentados babando silenciosa e respeitosamente aos pés da mulherada. Como todo bom brasileiro, não aceitamos a proposta da mesa e com cerveja na mão resolvemos circular. Cerveja long neck a doze dólares, mais um dólar de gorjeta (que a garçonete do shortinho dourado e sem nenhum sorriso fez questão de informar, não estava incluída). No início achamos chato, as mulheres feias, a música alta demais. Depois de umas cervejas a 12, o som ficou na altura certa, as mulheres espetaculares e o ambiente divertido. O esquema é o seguinte: as meninas sobem no palco, tiram a roupa e dançam. Quem vai gostando vai chamando a menina e coloca um dólar preso na calcinha (elas não tiram a calcinha nunca), você pode encostar a mão nela até onde ela deixar, o que geralmente é praticamente nada, ou pelo menos os estrangeiros nem tentam. Colocam aquele dólar como se a mulher fosse dar choque, já os brasileiros...bom, a gente foi vendo até onde ia, mas sem ultrapassar os limites da cordialidade. As meninas agradecem o dólar com um sensual Thank You, e continuam dançando. Se percebem que o cara gostou ficam por ali, reproduzindo os movimentos da dança que dão mais grana. Se o cara coloca o dinheiro no chão e não na calcinha, elas juntam o dinheiro, rasgam em pedacinhos e atiram prá cima com o maior sorriso no rosto sob os aplausos da galera, não é esmola, é cachê.

No início estranhamos porque as garotas se aproximavam da gente e perguntavam "Do you wanna dance?" (quer uma dança?), mas não tinha ninguém dançando. Depois, começamos a puxar assunto, sabe como é, brasileiro, bebendo, música alta, mulherada...e elas foram nos explicando. Dançar quer dizer Lap Dance (dança de colo), o cara é levado para um canto escuro, senta e a mulher nua (de calcinha) dança em cima dele. Um dos meus parceiros foi com uma russa enorme, morenaça daquelas, bunda de inaugurar banheiro da rodoviária como diz meu pai, mas voltou decepcionado porque a mulher machucou ele só na base do esfrega, o que nos fez desistir de gastar $20 nessa aventura estranha. Em se tratando de diversões masculinas, não posso negar que apesar de ser um pouco inocente o lugar é divertido. As meninas (predominantemente Rússia e Europa Oriental, com algumas superturbinadas do Caribe e dos Estados unidos) são realmente muito bonitas, vindas do mundo todo são uma amostra da beleza internacional. Algumas são praticamente malabaristas do Cirque du Soleil naquele poste, mas as que ganham mais dinheiro são mesmo as menos acrobáticas. Ao lado de um poste desses, um de nós levou uma pernada de uma dançarina malabarista que depois morreu de vergonha pedindo desculpas. Supersimpáticas, não fazem programa de jeito nenhum nos garantiu uma matrona mal humorada,feia e brasileira que era uma espécie de gerente. Segundo elas próprias e o cara do microfone (todo puteiro tem um locutor, que coisas impressionante!) elas deviam ser respeitadas pois estavam trabalhando para pagar a faculdade. A prostituição nos EUA é crime e acontece basicamente na rua ou por intermédio de sites, nunca em casas noturnas. Quer dizer... no Flash Dancers tem uma sala chamada Private Room onde uma garota masturba um cara por $600, ou outra chamada Blue onde dá para transar por 40 minutos e $1700, praticamnte siginifcando que sexo não existe mesmo. Legal foi ver muitas clientes mulheres na casa também. Mulheres e homens que saem do trabalho em grupos e vão lá curtir e torrar uns singles (notas de um dólar), mas alguns casais mais avançados aceitam o lap dance e as garotas dançam no colo da mulher do cara. No balanço geral foi bem legal, me senti o cara mais formidável de todos porque fui num suposto puteiro em Nova Iorque. Prostituição não é aqui!

sábado, 13 de junho de 2009

Dia 07 - Bubble battle e o Village

Ontem saí com mais dois caras que estão aqui trabalhando comigo. Nenhum dos dois conhecia New York e um deles chegou as sete da noite e saiu direto com a gente. Ficamos zanzando pela Times Square aproveitando que ontem era o dia da Bubble Battle. Isso mesmo, batalha de bolhas de sabão. Centenas de pessoas com todo tipo de artefato para fazer bolhas de sabão em plena Broadway durante duas horas. O objetivo era só este, fazer a maior quantidade de bolhas de sabão possível. Era tanta bolha que o chão estava escorregadio e a polícia controlando o trânsito. Ano passado foi a Pillow Battle, uma guerra de travesseiros, acho até que alguém que eu conheço escreveu um post sobre isto...Ficamos por ali, jantamos um sanduíche (e eu não sabia o que era molho Garvey e pedi isso...ecs...parece que derramaram sopa em cima da minha comida). O garçom do Stage Deli não deixou eu pedir bacon nem salada e disse que isso não combinava com o que eu estava pedindo, se eu quisesse que fosse comer assim em outro lugar, mas tudo com muita calma e cordialidade. Depois, como tínhamos combinado de tomar uma cerveja num bar porque trabalhamos demais durante a semana, fomos para o Greenwich Village. Entramos em uns cinco bares, cada um mais lotado que o outro até pararmos em um lugar que eu não lembro o nome com um som lounge legal, muito escuro e uma bartender brasileira de Florianópolis que nos ajudou a pedir cerveja. Na volta, lá pela meia noite congestionamento na Sexta avenida, normal.
Sábado dormi até tarde, o resto do pessoal trabalhou o dia todo e eu aproveitei para ir atrás de coisas que não tenho tempo de ver durante a semana, mas estava tão cansado da correria que foram esses dias e do desgaste no trabalho que voltei para casa dpois do almoço e descansei até as cinco.
O pessoal que trabalha comigo voltou para o escritório agora à noite, depois de três horas de descanso, e vão passar a noite fazendo testes. Eu preferi ficar em casa e trabalhar no meu notebook, mais confortável. Se tudo der certo, acho que amanhã sobra um tempo para conhecer algumas coisas que ainda não vi como o parque suspenso Highline Park e o porta-aviões Intruder que está restaurado (fiz um post antigo sobre isto). Nova Iorque está me matando no cansaço, mas é bom.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

NEW YORK - DIA 5

Continuo viajando...no dia 04 (eu não escrevi) peguei o trem para Portchester, caminhei, trabalhei, trem de volta para Mount Vernon, caminhei (muito mesmo dessa vez) trabalhei e trem de volta para New York. Um trem que eu nunca tinha visto, entrei no vagão restaurante, desativado é claro, mas muito lega, devia ser dos anos 40, todo Art Deco.

No dia 05, hoje, consegui ficar em Manhattan e trabalhar no escritório o dia todo. O tempo está fechado, chovendo e cerca de 15 graus, muito úmido. À noite estou muito cansado e não consigo me animar para sair. Amanhã é sexta e vamos ver o que acontece. Acho que vou para os bares do Village, ver o que está acontecendo por lá e tomar todas antes de voltar de táxi para casa.

Essa viagem está meio fraca...não estou tendo tempo para nada, acho que o trabalho está atrapalhando, ou pode ser que seja a falta de parceria, sem parceria é complicado se aventurar, a gente perde o ânimo e não tem ninguém para dizer "Ei, vamos lá! Não desanime, vamos para a rua!".

Mas amanhã vai.

terça-feira, 9 de junho de 2009

VIAJANDO MUITO - DIA 03

Hoje foi um dia duro. Acordei cedo e antes das 8 da manhã estava na Grand Central para pegar o trem para Bridgeport, 1 hora e 20 minutos. Em compensação fui vendo parte do litoral do estado de Nova Iorque até entrar em Connecticut, um dos estados de New England, porque lá se estabeleceram os primeiros colonizadores ingleses. Estranho porque quando eu fui à Pennsiylvania também diziam isso...deve ser que nem no Brasil, tudo quanto é lugar tem a Capital da Fruta, ou Rainha das Flores, Princesinha do não-sei-o-que. Caminhamos para caramba, trabalhei, e depois de volta para a estação. Voltamos para Nova Iorque, mais uma hora e vinte de trem, chegamos na Grand Central de volta. Pegamos o metrô, trocamos de linha, chegamos na Penn Station, no coração de Manhattan e de lá pegamos o trem para Newark. Ufa! Só de lembrar me dá canseira. Caminhamos mais um monte, trabalhei, voltamos para a estação, trem de volta e Penn Station de novo. Ufa de novo! Minhas pernas estão acabadas e eu demolido. Ainda deu tempo de sair correndo da Penn, pegar o metrô, trocar de trem na Times Square, descer, caminhar oito quadras, a tempo de comprar uma encomenda. Depois da 59 até a 46 "apézito no más". Estou morto. Trabalhar é aqui.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

NEW YORK - DIA 02

BATMAN
Hoje não aconteceu nada. Só trabalhei. O povo daqui que trabalha comigo já era agitado em 2008, agora então, que estamos a uma semana de começar a operar, está uma loucurada geral! Ontem á noite quando estava voltando para casa vi uma figura vindo em minha direção. No meio da rua meio abandonada em que eu estava me pareceu que era o Batman, e achei estranho (óbvio), mas como estava escuro, só pude ver que era mesmo o Batman poucos metros antes dele cruzar por mim. Um enorme de um negro (uns 2 metros de altura) fantasiado de Batman, numa fantasia muito bem feita, muito parecida com a do filme. Tentei ligar a camera para fotografar (essa porcaria de Nikon), mas ele já tinha desaparecido do outro lado da rua quando o sinal abriu. Cheguei no hotel rindo sozinho...só mesmo aqui para isso acontecer. Gotham City é aqui!














HOPE (esperança)
Mensagens de esperança e de que tudo vai se resolver aparecem em todo lugar. A eleição de Barack Obama contribuiu para isso. Ontem descobri que teve um megashow em NY no dia da posse que se chamou, "Goodbye Mr Bush", uma peça de teatro, uma comédia de despedida com um cara imitando o Bush durante um monólogo de uma hora (ou algo assim). A eleição de Obama trouxe uma nova vitalidade para o país, todo mundo comenta isso. Pensando assim, em um momento de crise extrema e um nome em torno da esperança de todos por um futuro melhor, lembrei da eleição do Presidente Lula, se aqui for como no Brasil, tudo vai mesmo melhorar.

NEW YORK - DIA 01

Cheguei hoje pela manhã. Acho que no vôo da TAM sentei no setor Gay. Não tenho certeza, mas tenho a sensação de que é porque a Gay Pride Parade está próxima, deve ser isto. Minha primeira impressão de voltar aqui é que a cidade realmente sentiu a crise. Muitas lojas fechadas no domingo, e muitos espaços para alugar em áreas nobres, onde o valor do aluguel era mais alto, como a Quinta Avenida e as redondezas do Bryant Park, ao lado da biblioteca. Quando tentamos alugar um prédio para o banco ano retrasado, praticamente não havia espaços disponíveis nessa região em Manhattan, hoje contei cinco, sem procurar.

Como sempre, caminhei mais do que devia, mas antes, como o check in do hotel era só as 3 PM e cheguei as 9 am, sentei no café Starbucks da esquina da 51 com a Broadway, nos mesmos lugares onde eu sentava para ver o mundo passar em 2008, e percebi que a Broadway, uma das avenidas mais famosas do mundo ao lado das Ramblas e da Champs-Elysees, estava mudada. Antes tinha seis pistas, e agora só tem três. Um canteiro central, ou parte dele, criou vagas de estacionamento, e as outras duas pistas ficaram para emergência e a outra para uma ciclovia. Ou seja, a Broadway agora entre o Central Park e a Times Square (justamente a parte mais famosa) está modificada.

Na Times Square os caras interromperam a Broadway e criaram um calçadão, ou quase. Espalharam um monte de cadeiras para os turistas exaustos sentarem no local mais procurado da cidade, bem interessante. O domínio que a municipalidade tem sobre a cidade é surpreendente, imagine tentar interromper alguma mega-avenida numa capital do Brasil (!). Mais interessante ainda é ver a cidade num ritmo frenético e algumas pessoas deitadas nas cadeiras espreguiçadeiras dormindo.

Á noite fui ver um mega telão que montaram justamente lá neste local com a transmissão ao vivo da entrega do prêmio Tony, o Oscar do teatro. Muita gente assistindo e torcendo, gritando e batendo palmas. A remontagem de Hair ganhou o prêmio de melhor musical de 2009. Nova Iorque ainda é aqui!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Mazinho


Desde que me mudei para Brasília, sempre cortei o cabelo com o Mazinho. Agora em BH, fica difícil pagar a passagem só para cortar o que me resta de cabelos na cabeça. Verdade seja dita, o Mazinho ajudou o presidente Lula desde o primeiro momento de seu primeiro mandato, não aumentou os R$ 20 do corte de cabelo sequer uma vez nesses poucos anos. Mas essa semana fui obrigado a cortar o cabelo em outro barbeiro, ao lado do meu trabalho, e trair o Mazinho. Já tinha traído uma vez, é verdade, mas estava em Nova Iorque, e não tinha como passar seis meses escabelado e arranhando o inglês sem parecer um terrorista e arriscar ser preso pelo FBI, por isso não contei como traição. Mas agora foi real.
No Mazinho mensalmente colecionei algumas das pérolas que divertem uma mesa de bar por - ao menos - uns quinze minutos garantidos. Mais do que um salão de barbeiro, aquelas duas cadeiras são um portal para um mundo surreal, mitológico, onde as lendas urbanas povoam as conversas entre cabelos cortados e revistas de mulher nua. Nesse universo particular do salão o que importa não é a realidade, mas o que a realidade parece ser. O que é verdade para cada um, isso é o que importa, acho que foi um filósofo quem disse isso...ou será que foi a Madonna? Neste ambiente com revistas de carros e mulheres nuas aperfeiçoadas pelo Photoshop, trajados com um babador branco como se fossemos juízes da suprema corte de um mundo sem censura, cada um dá sua opinião, e todas são levadas a sério. Não é a notícia, ou a verdade, mas o que a notícia poderia ter sido, ou a interpretação particular de cada um sobre ela. Não é a lenda, mas a lenda recontada e aumentada. Foi nas cadeiras do Mazinho, sendo atendido pelo Jorge (que foi demitido porque sua popularidade aumentava a cada dia, mesmo que o Mazinho se refira a ele como "aquele rapaz" depois de trabalharem juntos por seis anos) que vimos no telejornal a notícia de que na ditadura do Haiti 70mil mulheres haviam sido violentadas. E ali mesmo o Mazinho fez o sábio comentário de que "reclamavam tanto do Saddam Hussein, mas agora que ele saiu, era pior sem ele". Ali também ouvi a história do menino que respirou um mosquito, mas que o mosquito não morreu e picou todo o pulmão dele. O menino entrou em coma, e o Mazinho jura que cortava o cabelo dele no hospital todo mês. Jorge viu chover peixe no sítio do pai dele, e um senhor de uns 80 anos jurava que tinha 124, e contava bem sério como foi a virada do século dezenove para o vinte. O jorge colheu uma abóbora de 30 quilos no sítio, e o Mazinho já tinha visto uma onça "toda listada" numa pescaria. Ali reclamamos do Maluf, do Roriz, criticamos a oposição, mesmo que ninguém soubesse direito quem era a oposição. Escolhemos candidatos e demos vereditos sobre quem era culpado de quê. Um dia vou voltar para Brasília e cortar o cabelo com o Mazinho outra vez, mas vai ter que ser logo, porque meu cabelo tá indo embora.