domingo, 20 de abril de 2008

Eu sou a lenda

Sábado fui até o Intrepid (se você não leu o post anterior, não sabe do que estou falando, volte lá e leia, seu preguiçoso). Depois para a Washington Square, na 5th Avenue, perto do West Village.Era lá que o doutor Robert Neville (Will Smith) do filme I am Legend (Eu sou a lenda) morava, em frente ao arco do triunfo feito para homenagear um presidente (acho que foi George Washington).



A praça é um centro de convivência que ganhou vida porque ao redor dela estão os prédios da New York University, espaços públicos muito acolhedores e lotados de gente curtindo o calor. Mais adiante um flea market (feira de pulgas) com comida, roupas, objetos de decoração, arte e bijuterias ocupando umas três quadras. Almocei um crepe feito por uns mexicanos com limonada espremida na hora, sentado no muro da NYU.

Nos arredores de Washington Square está o Washington Meadows, antigas cocheiras que os caras ricos compraram e transformaram em uma rua particular com casas de luxo. As fachadas são super simples, mas dá para enxergar para dentro e ver que tem uma estrutura bem legal por detrás, com pátios internos e salas amplas. Muito interessante sob o ponto de vista de arquitetura, parece que se está em alguma ruela de Paris lá pelos lados de Montmartre, ao redor da Sacre Couer.

Na sequência caminhei pela Broadway até a Prince Street na área de Nolita (North of Little Italy). Depois foi voltar para casa que era fim de dia, uma passada na Victoria Secret para comprar uns creminhos porque a pele seca um monte por causa do frio. Á noite estava muito cansado para sair e acabei cozinhando em casa e vendo filme na TV. Domingo acordei mais tarde e depois do café fui até Battery Park, que fica bem na ponta de Manhattan. De metrô, desci no Staten Ferry, a estação de onde saem os barcos para a Estátua da Liberdade. Muito frio. A temperatura caiu demais e o vento vindo da península era muito forte. Saí dali voando, ou quase, correndo e prometendo que vou voltar quando esquentar. Dali subi pela Broadway (não sei se vocês perceberam, mas tem Broadway em toda a Manhattan, ela começa no Harlem e vai até Downtown), passei outra vez pelo touro de Wall Street e resolvi descer para contornar o Ground Zero e ver se dava prá enxergar lá dentro pelo outro lado.



Tive uma surpresa pois me deparei com um memorial aos bombeiros mortos no atentado. Muitos, muitos mesmo. Da rua é possível ver a parte do WTC que foi atingida e que ainda não foi toda removida. Os destroços são desconcertantes. A sensação é muito forte, e não importa quem começou o conflito, a sensação é de que isto não poderia ocorrer em lugar algum do mundo. Na lateral do grande vazio urbano que se formou no local, um quadro exibe o nome de todas as mais de 3000 vítimas do atentado. O processo de identificação dos corpos ainda não terminou, outro dia ainda vi uma notícia sobre isso na TV, tinham identificado mais três pessoas. Vale lembrar que não foram só as duas torres de 110 andares cada uma que desabaram. Com elas caíram mais 5 prédios ao redor do complexo e uma igreja histórica ortodoxa grega (somente pelo impacto e trepidação). Os demais prédios eram 2 de nove andares, um de sete, um de 22 e um de 47, onde funcionavam escritórios da CIA, do Departamento de Defesa, da Comissão de Segurança dos EUA, do Serviço Secreto e do Serviço de Imigração. A reconstrução já começou e está prevista para terminar em 2012. Excelentes fotos do estado atual e da proposta podem ser vistas no site oficial do WTC http://www.wtc.com/media/ . Almoçei numa cantina ao lado do WTC onde foi montada uma base de apoio aos bombeiros após o atentado, as fotos da época ilustram as paredes, e a placa pintada em letras verdes com letra de pichador dizendo Medical Station é uma orgulhosa lembranca do proprietário que montou dentro do restaurante uma base para os paramédicos. Depois peguei o metrô para a Bowery para ver um museu recém inaugurado, e caí em Chinatown.
Dei de cara com uns caras jogando futebol com fardamento e tudo num gramado sintético em meio á confusão de lojas vendendo roupas e peixe…como na música do Titãs, tudo ao mesmo tempo, agora. Surreal. O cheiro das lojas é horrível, mas vou voltar a Chinatown para ver que bicho que dá.

Caminhei até a Bowery com a Prince e encontrei o New Museum of Contemporany Art. Muito bom! O Lu ia adorar, ele é todo feito de material alternativo, principalmente telas metálicas. No térreo uma exposição mostra as maquetes do escritório de arquitetura para o desenvolvimento do museu e outras obras. Voltei pela Prince em direção ao SoHo outra vez curtindo uma feirinha de rua, com roupas muito legais para homem. No endereço da etiqueta dos ternos estava escrito “Store: Prince st", o que quer dizer que a loja do cara é aquela esquina onde ele estava sentado com as roupas numa arara, escorado em um muro. Dali fui para o Amish Market, o supermercado perto da minha casa, comprei algumas coisas e fui descansar. Sábado me matou, foi muita atividade para aproveitar o calor.

6 comentários:

marcelo disse...

demorou para atualizar, já tava pensando que vcs tinham entrado em outro taxi dirigido por um indiano hehehehehe.

g disse...

dêusolivre, é muita informação para 2 posts apenas... mas gostei das novidades:

1. seven se derretendo por aquele lixo de filme do will smith.
2. ver que os idiotas dos americanos não limparam ainda os destroços de um atentado que aconteceu a 7 anos atrás. deixaram lá para emocionar turista e dar assunto pro blog do seven.
3. seven fazendo cara de cú na foto (aposto que a aline obrigou ele a tirar).
4. seven não anda com bateria sobressalente na sua canon.

postem mais. estou me divertindo pacas!

Nina disse...

Oi pessoas!
Blog bacana esse seu heim professor! Estava lembrando de vocês dois outro dia, sai com uns amigos para um bar e como eles já estão se formando estão na maior euforia para os projetos finais. Lembrei da sua enterna esperança com a arquitetura Marcelo. Falando em Sex and the City e Will Smith andei assistindo uns filmes de NY não é uma grande paixão minha (tenho outras queridinhas) mas é uma cidade linda e viva o tempo inteiro. Acho que a unica coisa que não iria gostar muito ai são os ratos mas... Marcelo você se lembra que te perguntei a respeito do prédio do Calatrava? Você já o viu? Se estiver já sendo vendido, pode-se entrar nele para conhecer os apartamentos? Outra coisa aquelas ruas gostosas onde tem uns prédiozinhos iguail aquele em que a Carrie morava, você pode colocar umas fotos? Acho lindo aquilo é tão simples e moderno ao mesmo tempo.
Um abraço para vocês.
Alessandra (Arq. Unip Brasilia Noturno)

Marcelo Pontes disse...

Ei Gordinho...vc podia ser mais educado nos seus comentários, né? Pede prá carolzinha não dormir de calça jeans no finde que tudo melhora. Abraço.

g disse...

Tá bem Seven. Desculpa. Will Smith é um baita ator, 'Eu sou a Lenda' merece um oscar, tu não tem cara de cú coisíssima nenhuma e a bateria da tua Canon devia se envergonhar ao descarregar em momentos inapropriados.

Estou mais ácido do que nunca. Releve. Deve ser a crise dos 30 chegando atrasada.

Abraço,

studioparalelo disse...

Putz...juro que antes de entrar no blog estava vendo esse museu e pensava em sugerir pro roteiro arquitetônico...O projeto é da Kazuyo Sejima do SANAA...Essa japa está a algum tempo na minha lista de favoritos...Ainda sobre esse prédio. Aula 3 de projeto 1: relação do edifício com o entorno. Como fica nesse caso? O pior é que ficou muito bom! Grande Kazuyo. Abraço,
Lu