domingo, 1 de junho de 2008

Mama Mia!

Junte algumas músicas do grupo musical Abba dos anos 70, uma história de uma menina que que conhecer o pai às vésperas do casamento, uma ilha grega, jogue tudo em um teatro na Broadway e você vai ter um musical explosivo. Mamma Mia! é tudo o que dizem dele. Explosivo, entusiástico e envolvente.

Fomos caminhando da estação na Fulton Street (linha amarela trem W) descendo em direção ao Píer 17, de onde se tem boas vistas da Ponte do Brooklyn. Nós sabíamos que lá embaixo na South Street Seaport tem uma loja da TKTS que quase nenhum turista conhece, é uma espécie de compensação para os novaiorquinos, em troca de emprestarem a cidade deles para 44 milhões de pessoas por ano. A TKTS é uma organização da Theater Development Fund, um fundo para desenvolvimento do teatro, cuja missão é propiciar que públicos de todos os tipos possam vivenciar a experiência teatral vendendo ingressos mais baratos para os espetáculos Broadway e Off Broadway. Uma das lojas fica na 46th Street, entre a Broadway e a 8th Avenue, ao lado do Marriot Hotel. Dependendo do dia as filas são enormes, mas com um pouco de paciência e boa vontade você pode conseguir ingressos com até 50% de desconto para qualquer peça ou musical. Na TKTS fora do mega-eixo turístico da Times Square conseguimos os ingressos com desconto para assistir Mamma Mia!.

O teatro fica bem perto aqui de casa, na Broadway entre a 50th e a 51st (moramos na esquina da 51st a uma quadra da Broadway). Voltamos para casa depois de umas voltas e saímos para o teatro as sete e meia. Eu sabia que tínhamos comprado Orchestra (a platéia de baixo), mas achei que a fila era "O", décima quinta fila, estava enganado, a fila era "C". Isso mesmo, terceira fila. Um pouco para o lado, mas ainda assim excelentes ingressos. Perto de nós estava a banda que toca ao vivo embaixo do palco com dois teclados, baixo, duas guitarras, bateria e um maestro.

Mamma Mia! é uma história leve e descomplicada, sobre uma menina que mora com a mãe em uma ilha grega e está às vésperas de seu casamento. Tudo que ela queria era conhecer seu verdadeiro pai que ela nunca soube quem era e de quem sua mãe nunca falou. Aí que começam os problemas, pois ela convida os três prováveis pais para o casamento. Não vou contar o resto porque o musical fez tanto sucesso nesses seis anos continuous em New York, Moscou, Berlin, Barcelona, Las Vegas e Londres que Hollywood adotou a idéia e o filme vai ser lançado em junho (por aqui) estrelando Maryl Streep no papel de Donna Sheridan, a mãe da noiva. Como diz a sinopse da peça, é o ultimate feel-good show, algo como "definitivamente o espetáculo para fazer você se sentir bem", e acredite, funciona. O texto e a história têm como pano central as músicas do Abba, também, pudera, a peça foi escrita pelos ex-integrantes do grupo em 2002. As músicas fazem parte dos diálogos e são o centro da ação, incluindo super-sucessos como Dancing Queen, Chiquitita e The Winner Takes It All. Com uma montagem bastante animada, num ritmo excitante, com números de coreografia e de interpretação de músicas solo e diálogos engraçados Mamma Mia! cativa a platéia desde os primeiros minutos. Eu confesso que não fui fã do Abba, mas mesmo assim entrei no embalo do musical. Não tem nada errado, nada sobrando ou faltando, tudo na dose certa, com uma competência de deixar a gente literalmente de boca aberta em alguns momentos. Eu, que sempre usei a camiseta "Vá ao teatro, mas não me convide", estou tendo que dar a cara à tapa, a Broadway é demais.
Mamma Mia! é demais.

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